A Utilização dos Novos Fármacos para o Cancro da Próstata Metastizado Resistente à Castração no Norte de Portugal

Autores

  • Francisco Botelho Serviço de Urologia do Centro Hospitalar Universitário S. João, Porto, Portugal; Instituto de Ciências da Vida e da Saúde, Escola de Medicina, Universidade do Minho, Braga, Portugal https://orcid.org/0000-0002-6666-0883
  • André Miranda Instituto de Ciências da Vida e da Saúde, Escola de Medicina, Universidade do Minho, Braga, Portugal
  • Isaac Braga Instituto de Ciências da Vida e da Saúde, Escola de Medicina, Universidade do Minho, Braga, Portugal; Serviço de Urologia do Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, Porto, Portugal
  • Ricardo Leão Serviço de Urologia da CUF e do Hospital de Braga, Braga, Portugal
  • Frederico Teves Serviço de Urologia do Centro Hospitalar Universitário do Porto, Porto, Portugal
  • Jorge Dias Serviço de Urologia do Centro Hospitalar de Vila Nova Gaia/Espinho, Vila Nova de Gaia, Portugal
  • Filipe Rodrigues Serviço de Urologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal
  • Jorge Oliveira Serviço de Urologia do Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, Porto, Portugal
  • Isabel Augusto Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar Universitário S. João, Porto, Portugal
  • Catarina Portela Serviço de Oncologia do Hospital de Braga, Braga, Portugal
  • Joana Febra Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar do Porto, Porto, Portugal
  • Sandra Custódio Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar de Vila Nova Gaia/Espinho, Vila Nova de Gaia, Portugal
  • Patrícia Liu Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal
  • Patrícia Gago Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal
  • Carlos Silva Serviço de Urologia do Centro Hospitalar Universitário S. João, Porto, Portugal; Serviço de Urologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto, Portugal
  • Luís Pacheco-Figueiredo Instituto de Ciências da Vida e da Saúde, Escola de Medicina, Universidade do Minho, Braga, Portugal; Serviço de Urologia Hospitais Privados Trofa Saúde, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24915/aup.207

Palavras-chave:

Neoplasias de Próstata Resistentes à Castração/tratamento farmacológico, Neoplasias de Próstata Resistentes à Castração/secundário

Resumo

Introdução:
Novos fármacos, como a abiraterona (Abi), enzalutamida (Enz), cabazitaxel (Cab) e rádio-223 (Rad), foram recentemente aprovados para utilização nos doentes com cancro da próstata metastizado resistente à castração (mCRPC). No entanto, a sua utilização é largamente desconhecida, pelo que o objetivo deste projeto de investigação é descrever a utilização destes fármacos nos doentes mCRPC nos hospitais públicos do norte de Portugal.

Métodos:
Todos os doentes mCRPC tratados com estes fármacos nos Centro Hospitalar de Vila Nova Gaia/Espinho, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto, Centro Hospitalar Universitário S. João, Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, Hospital de Braga ou no Centro Hospitalar Universitário do Porto foram incluídos. Após obtenção das respetivas aprovações, os dados foram retrospectivamente colhidos do registo clínico informático, de uma forma padronizada.

Resultados:
Foram incluídos um total de 1075 tratamentos, sendo que a sua frequência foi aumentando anualmente até 2018. Foram tratados 368 (34,2%) doentes com Abi e 524 (48,7%) doentes com Enz, sendo estes fármacos sobretudo prescritos em 2ª linha pós-docetaxel até 2016, depois mais em 1ª linha (pré-docetaxel). Com Cab foram tratados 147 (13,7%) doentes, sobretudo em 2ª linha pós-docetaxel ou em 3ª linha, sendo que estes doentes são mais novos (p<0,001) e têm maior probabilidade de ter neoplasias mais indiferenciadas (p=0,007) e com metástases viscerais (p<0,001). Foram tratados com Rad 36 (3,3%) doentes, geralmente em 3ª linha de tratamento e que se distinguem dos outros por não terem metástases viscerais e em 97,2% terem mais de 3 metástases ósseas.

Conclusão:
O uso destes fármacos na prática clínica diária refletiu as respetivas aprovações terapêuticas. O estudo é limitado pelo seu desenho retrospectivo e observacional e pode não ser um retrato fiel da situação nacional, mas traduz, numa grande amostra, a realidade vivida pelos doentes com mCRPC com estes novos fármacos, nos seis maiores hospitais do norte de Portugal.

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Referências

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Agência Europeia do Medicamento. Ficha Técnica do Rádio-223. https://ec.europa.eu/.../anx_137509_pt.pdf

Publicado

2025-07-21

Edição

Secção

Artigo Original