Intraperitonealização Laparoscópicados Ureteres Bilateral: Técnica Cirúrgica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24915/aup.211

Palavras-chave:

Fibrose Retroperitoneal, Laparoscopia, Procedimentos Cirúrgicos Minimamente Invasivos

Resumo

A ureterólise com intraperitonealização dos ureteres é tradicionalmente realizada por via aberta. No entanto, acarreta os riscos associados à laparotomia, incluindo íleus prolongado, internamento hospitalar prolongado e maior taxa de complicações. Mais recentemente, a abordagem laparoscópica tem sido usada como uma opção minimamente invasiva, com vantagens em termos de invasividade e complicações. Neste vídeo, descrevemos a técnica cirúrgica da intraperitonealização laparoscópica dos ureteres bilateral num caso de fibrose retroperitoneal após radioterapia. O doente era um homem de 52 anos, submetido a radioterapia no contexto de neoplasia testicular direita 15 anos antes. Previamente à cirurgia, uma nefrostomia percutânea esquerda e um cateter duplo J direito foram colocados devido a lesão renal obstrutiva. O doente foi colocado em decúbito dorsal com Trendelenburg moderado e foram introduzidas uma sonda vesical e uma sonda nasogástrica. A primeira porta infra-umbilical de 11 mm foi colocada sob visualização direta. Posteriormente, duas portas de 5 mm foram colocadas em cada lado do abdómen. Inicialmente foi identificado o cego e mobilizados o cólon direito e o intestino delgado. O retroperitoneu foi então exposto, com visualização de fibrose grave que distorcia a anatomia normal. O duodeno foi identificado aderente ao retroperitoneu. Após mobilização, o ureter direito foi identificado e isolado. A dissecção prosseguiu então para o lado esquerdo, que estava afetado pela fibrose mais gravemente. Um cordão fibrótico foi isolado e a artéria mesentérica inferior e a veia gonádica esquerda foram identificadas. O cordão fibrótico e a artéria mesentérica inferior foram então laqueados. Posteriormente, o ureter esquerdo foi observado e dissecado. O cólon esquerdo foi mobilizado e o ureter esquerdo distal isolado na pelve. Por último, o ureter foi transposto intraperitonealmente reaproximando as bordas do peritoneu posterior atrás dele com hem-o-loks e sutura. A nefrostomia esquerda foi removida no 2º dia de pós-operatório e o doente recebeu alta no 3º dia de pós-operatório. O cateter duplo J direito foi removido 4 semanas após a cirurgia. A urotomografia computorizada (UroTC) 4 meses após a cirurgia demostrou uma hidronefrose bilateral residual mínima. Após 6 meses de acompanhamento, o doente encontrava-se bem, sem infeção ou dor e com função renal normal. A laparoscopia é uma abordagem eficaz para a intraperito-nealização laparoscópica dos ureteres bilateral, com resultados semelhantes e menor morbilidade associada comparativamente à abordagem aberta.

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Publicado

2025-05-04

Edição

Secção

Images in Urology