Evolução da Incidência e Mortalidade por Cancro da Próstata em Portugal

Francisco Pina; Ana Ferro; Clara Castro; Maria José Bento; Nuno Lunet

doi:10.24915/aup.224

Autores

Francisco Pina Serviço de Urologia, Centro Hospitalar de S. João, Porto, Portugal; Departmento de Cirurgia e Fisiologia, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto, Portugal
Ana Ferro EPIUnit – Instituto de Saúde Pública, Universidade do Porto, Porto, Portugal
Clara Castro EPIUnit – Instituto de Saúde Pública, Universidade do Porto, Porto, Portugal; Registo Oncológico Regional do Norte (RORENO) – Instituto Português de Oncologia do Porto, Porto, Portugal
Maria José Bento Registo Oncológico Regional do Norte (RORENO) – Instituto Português de Oncologia do Porto, Porto, Portugal
Nuno Lunet EPIUnit – Instituto de Saúde Pública, Universidade do Porto, Porto, Portugal; Departamento de Ciências da Saúde Pública e Forenses e Educação Médica, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0003-1870-1430

DOI:

https://doi.org/10.24915/aup.224

Palavras-chave:

Neoplasias da Próstata/epidemiologia, Neoplasias da Próstata/mortalidade

Resumo

Introdução: Descrever a evolução temporal da incidência e mortalidade por cancro da próstata, em Portugal e por região.
Métodos: Os dados de incidência foram recolhidos dos Registos Oncológicos Regionais (RORs) para o período entre 1998-2010. Os dados de mortalidade foram obtidos da Organização Mundial de Saúde (1980-2003; 2007-2011) e do Instituto Nacional de Estatística (2004-2006; 2011-2015; 1991-2015 para os dados por distrito). Foi efetuada uma análise JoinPoint para identificar variações significativas nas tendências das taxas de incidência e mortalidade padronizadas para a idade.
Resultados: Em Portugal, a incidência de cancro da próstata tem vindo a aumentar desde 1998 (1,8%/ano), com exceção da região Norte, com um decréscimo desde 2005 (-1,6%/ano). Tem vindo a ser observada uma descida generalizada da mortalidade desde 1997 (-2,6%/ano), mas com variações não estatisticamente significativas nos distritos de Beja, Bragança, Castelo Branco, Évora, Guarda, Portalegre, e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Nos restantes distritos, observa-se um decréscimo significativo, com variação de pelo menos -2%/ano em Braga, Leiria, Porto, Viana do Castelo e Vila Real.
Conclusão: Este estudo atualiza análises prévias da evolução das taxas de incidência e mortalidade, em Portugal e por região. Apesar da crescente incidência global e tendência decrescente da mortalidade, há uma grande heterogeneidade entre as regiões. Considerando tratar-se de um problema importante de Saúde Pública, os próximos estudos devem abordar as diferenças regionais nas tendências no rastreio antigénio específico da próstata (PSA) e na gestão efetiva do cancro da próstata.

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